domingo, 13 de fevereiro de 2011



"Ouça aqui, mocinha. Não fique pensando que o mundo lhe pertence. Não caia nessa onda. E outra coisa - não se esforce. Pelo menos não tanto. Não fique ai remando contra a maré. Dando murro em ponta de faca. Veja - se não fora pra ser, não vai ser. Acredite mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir além. E olhe, eu não estou falando para você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais, que leia mais. Que tenha argumentos melhores. Você está muito nova ainda. Cresce!"

Caio Fernando de Abreu


Sabe, não sei isso acontece com a maioria das pessoas ou se deve ser a coisa mais estranha do mundo. O fato é, eu não sei pedir ajuda. Estranho? Não sei. Eu não sei falar essas simples palavras por-favor-você-poderia-me-ajudar-aqui. Só eu sei o quanto isso me prejudica, mas eu não consigo agir de outra forma, faz parte de mim. Por mais que eu tenha mil coisas para fazer e aparecer a mil-e-uma, eu não consigo. Não é que eu não aceite ajuda, são coisas diferentes. Em muitos casos, eu sei que preciso de auxilio, aceitaria se você se dispuser a me ajudar, mas eu não consigo pedir. Essa é a questão.

Mais uma vez eu esbarro no esperar demais das pessoas. Fico tentando me iludir que elas devem perceber e se dispor, se possível. E como isso quase nunca acontece - eu disse quase, salvo uma raras exceções - acabo sobrecarregada e tentando fazer tudo ao mesmo tempo.

Queria tanto agir diferente diante dessas situações. Queria mesmo. Queria tanto que a atitude dos outros também fossem diferentes. Queria mesmo. Queria tanto. Eu queria muito tudo.