quinta-feira, 28 de abril de 2011


"Gosto de gente. Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para emoções." 
[Arthur da Távola]

Gosto de pessoas... especialmente aquelas que quando falam, te devolvem o olhar, sorriem com os olhos, com os lábios e com a alma! Pessoas assim me fazem bem, não subtraem nada, apenas somam. Não gosto das conversas em que só encontramos olhares vagos, pensamentos distraídos, como se estivéssemos a falar com nós mesmos. Eu gosto de conversas compartilhadas, olhares que falam por si. Gosto de cumplicidade. Gosto de pensar que o mundo pode ser mais do que guerra e que muita coisa boa ainda pode acontecer. Gosto de acreditar que as coisas podem melhorar, mesmo que demore. Gosto de escutar música e ir para um mundo que é só meu, onde eu sei o que sou e ninguém cogita duvidar disso. Eu gosto de ser eu, desse sabor de fantasia, dessa pitada de esperança. É disso que eu gosto.


quarta-feira, 27 de abril de 2011



Eu sei como é segurar e deixar para chorar só quando liga o chuveiro, assim ninguém percebe e não insisti em te perguntar o motivo. Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está ouvindo para começar a soluçar. Eu sei como é sofrer tão dolorosamente que às vezes você precisa fingir que vai ao banheiro, ou beber água, apenas para lavar o rosto e se recompor.

Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de que não seja forte o suficiente para segurar as lágrimas quando está em público. Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que te sufoca, até que você cede e chora. Eu sei como é desligar um telefone e chorar sem nem entender o motivo daquilo. Eu sei como é estar cheia de sorrisos e de uma hora pra outra aquela lágrima teimosa começar a querer sair.

Acredite, eu sei como é tudo isso! 

domingo, 24 de abril de 2011



Viver é simples. O problema começa quando as pessoas querem cuidar da sua vida. Se fosse meu pai e minha mãe eu nem ligava, afinal já fazem isso há vinte anos, para eles é como se fosse uma função. E outra, se esse cuidado fosse um cuidar de querer bem, também estava bom, mas a questão é outra. É como eu li ontem. Tem que ter muito estômago para aguentar essa falsa preocupação das pessoas. A maior parte querendo se mostrar preocupado com você, só para saber mais da sua vida, pois não estão interessados em te ajudar. Só por curiosidade mesmo. Ainda bem que no meio desse turbilhão de gente, tem as raras exceções que se preocupam realmente, que querem saber com a intenção de ajudar, e se não puderem pelo menos ouvem de verdade.

Outra coisa que me intriga, essa saudação "Oi, tudo bem?". Você faz essa pergunta e logo em seguida sai de perto da pessoa, sem nem dar tempo de ouvir uma resposta. E se não estiver, será que você pararia para conversar comigo? Ou isso é só mais um formalismo? É algo tão rotineiro e ouço de tantas pessoas, que por mais que não esteja bem, eu vou responder que está. É a resposta mais rápida para a correria da pergunta. Se algum dia eu te fizer essa pergunta é porque realmente quero te ouvir e se for necessário pararei para uma conversa, ao contrário nem perguntaria. Pode ter certeza disso. 

Tirando as que fingem se preocupar e as que só usam um formalismo para seguir, ainda tem as que não conseguem te ver bem. É verdade sim, pode acreditar. Já ouvi em algum lugar, que não é bom gritar o tamanho da sua felicidade, pois a inveja tem sono leve. Se não foi isso, foi algo parecido. Não é a inveja que tem sono leve, são algumas pessoas que não suportam te ver feliz, se por inveja ou não, não sei. Então eu fico tentando formular na minha mente o porque de incomodar alguém pelo simples fato de estar bem. E não consigo entender, não mesmo. O mais interessante é que isso tudo não é coisa da minha cabeça. Eu bem queria que fosse.

sábado, 23 de abril de 2011


Eu me lembro de uma manhã acordando bem cedo. Havia um sentimento de possibilidade. Sabe? Esse sentimento? E me lembro de pensar comigo mesma: "Então, é assim que começa a felicidade. Aqui é o começo. E, é claro, haverá sempre mais". Nunca me ocorreu que não era o começo. Já era felicidade. Era o momento... bem ali.

(Filme - As Horas)

quinta-feira, 14 de abril de 2011


Um dia você simplesmente descobre que aquela música não era sua. A melodia também não. E aquela não era a vida que você tinha que viver. Era tudo fabricado para você acreditar em algo que não existia. Simplesmente nada fazia mais sentido. Agora tudo faz. Tantas vezes eu pedi para ouvir, acreditando que cada letra tinha sido escrita pensando em mim, só para mim. Mas não foi. E foi bom saber disso. Foi bom acordar disso tudo, ver as verdades que o mundo tinha (e ainda tem) para me contar.

A cada dia eu conheço mais de mim, mais do que sou capaz de fazer. Agora me aceito muito mais do que me aceitava. Sei que muitas coisas eu não posso mudar, só aceitar, mas nem sempre isso vai significar uma coisa ruim. Talvez eu quisesse mudar algo que não precisava, pelo menos para mim. Acho que quem gosta deve aceitar o bom e o ruim do outro. Se você não aceita, a convivência se torna algo impossível.

O bom de tudo isso é que nós sempre podemos recomeçar os ciclos. Não é preciso agendar, entrar na fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha. A possibilidade do recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo. Essa página em branco que olha pra gente, sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas. O que é preciso mesmo é a coragem para abrir o presente, e começar a escrever.