"Dentro do abraço dele é sempre primavera"
Eu não queria soltar aquele abraço. Não queria que aquele momento terminasse ali. Queria ter falado de tudo que realmente anda passando no pensamento e no coração. Queria falar do quanto os dias estão difíceis com todas essas borboletas rodopiando. E o quanto eu não consigo parar de pensar. Só querer não adianta, eu sei. Mas a gente só consegue olhar e dizer até mais.
Suspiro....
ResponderExcluirarquiteto
ResponderExcluir(ag)ora
o cenário do céu
sem céu e que – as estrelas sabem –
o crepúsculo urra no tédio
eu – arquiteto de cárceres
da memória do cinzazul
desnudo
do que fui além distante
uma e outra
palavra se es-
vazia no grito dos olhos
já fúnebres
a urdir a poesia
minha voz
já amarga (n)os tentáculos
do tempo e as pedras
que me consomem
este poeta
de ecos desva
irados
(ex)pira e (ex)trai
(d)as rochas duras
(d)o seu caminho
a polir as unhas
ah ! há rugas no papel
entretecido
onde a poesia
a sorver labirintos de granito
explora todo sibilar
do seu enigma
a pedra se faz poema
e verte poesia
do próprio ventre
bruta não
quase-paraíso
mas fragmentos
sobre a língua
vestida de fantasmas
e viagens
como um gueto âmbar
sem saída
eu – arquiteto de cárceres
da memória do cinzazul
desnudo
do que fui além distante