quarta-feira, 28 de março de 2012


Hoje eu estava lembrando dos livros que lia quando pequena. 
Me lembrei dela, da primeira pessoa que me presenteou com livros, vovó. 
E bateu uma saudade. Uma vontade de sentir o seu cheirinho de novo.
Uma vontade daquele abraço em que eu sumia no meio dos afagos.
Uma vontade de carinho, de amor sincero. De chorar no seu colo. Uma vontade de reviver.

sábado, 24 de março de 2012


- Nós nos conhecemos há quanto tempo, amigo?
- Acho que há uns dez anos, porque?
- Lembra quando eu te disse que ficaria sozinha, que não queria mais abrir mão de me sentir bem só comigo? Então, eu tinha razão.
- Você não pode dizer isso só porque algumas estórias deram errado - ele riu - você simplesmente não pode ficar sozinha.
- Por quê?
- Por quê? - ele encarou e menina de cabelo castanho longo parada a sua frente e respondeu sério - Porque você tem esses olhos que fazem pessoas sorrirem e sempre olha nos olhos quando conversa dando a outra pessoa confiança e credibilidade. Porque você gosta de andar de mãos dadas e ama abraços. Quem hoje em dia gosta disso criatura? E as mãos dadas são justamente para te lembrar que você não está sozinha. E os abraços, se não me engano, é porque te deixa segura e te faz sentir querida. Porque você sorri com a alma e chora com ela também. Você é sentimento puro. E eu acho horrível quando você vem choramigando dizendo que fulaninho está gostando de você e você não sabe como dizer que não é a mesma coisa que estás sentindo ou que ciclano te magoou e você enumera mil defeitos em você para justificar que a pessoa não gosta de você. Acha mesmo que isso é possível? Porque você tem essa terrível mania de se doar demais, se entregar em excesso, mas isso te faz tão linda porque você não tem medo. Você gosta tanto de pessoas, acredita tanto em sentimentos que caminha de olhos fechados quando o assunto é coração. Porque você é corajosa, coração!
- Me abraça?
- Sempre.

quinta-feira, 22 de março de 2012


"És, presença. E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade. És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais perto, ver melhor. E tocar, de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos. Tenho confundido 'eu' com 'nós'. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho certeza de tudo que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele surrado, mal falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto..."

[Caio F. Abreu]

quarta-feira, 7 de março de 2012


"Se não aconteceu é porque não tem naturalidade nisso"
[Fábio de Melo]

E essas palavras estão ecoando na mente e no coração. É, acho que você tem razão. Quantas vezes nós insistimos em construir relações onde não há espaço, onde não há consentimento, onde só encontramos apertos. Dá uma sensação de ser alguém intruso. De estar ali forçando as situações. De que a qualquer momento você tem que sair correndo deste lugar.


A gente não pode exigir que o outro nos ame, que o outro nos queira como amigo, nos queira como amor. A partir do momento que eu exijo, a essência desse sentimento já começa a ser desfeita. Amor é naturalidade. Muitas vezes, queremos tanto estar perto que acabamos exigindo muito, falando demais e percebendo de menos. Não é saudável correr atrás de afeto. Ou você tem, ou não tem. E isso pode até mudar, mas só se existir vontade.