sexta-feira, 25 de maio de 2012



E ver esse dia amanhecendo tão encolhidinho, com vontade de ficar enrolada no cobertor, um sol tímido e ao mesmo tempo tão cheio de vontade, me fez querer sentir um calorzinho no coração. Acordei com uma vontade de amar um amor compartilhado. De sentir algo que não mate, mas que faça viver. 

É que ando precisando de alguém que também precise de mim. De alguém que queira compartilhar sorrisos no meio de uma tarde sem sentido. Que queira sair por ai inventando sonhos e contando estrelas. Que chegue cheio de abraços para dividir. Preciso de alguém que saia dos meus sonhos, me belisque e diga que tudo isso pode ser real. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012




Entrei na sala do médico meio apreensiva, era a primeira vez que ia a um consultório sem saber direito o que explicar sobre o que sentia. Afinal, não eram dores totalmente físicas. As pessoas se precipitavam em diagnósticos, apostando que era o estresse do dia-a-dia, me receitavam remédios dos mais diversos, mas eu queria saber do médico. 

Ele chegou com um sorriso, logo depois de um “Bom dia!” se adiantou logo em perguntar:

- O que você está sentindo, moça bonita?
- Indisposição progressiva, cansaço mental, enjoos, déficit de atenção. O que pode ser isso, doutor?
- Sintomas graves de saudade.

Ele só podia estar brincando, nunca vi um diagnóstico sério ser assim. Então eu teria que confirmar o que achava ter ouvido.

- O senhor falou sintomas graves de saudade, foi isso?
- Claro que sim, está escrito na sua cara, para quem quiser ver. Só um bobo não perceberia. E pelo visto tem uma bobo nessa história. Acho que ele pode ser muito sortudo, mas nem desconfia o quanto. Vou te receitar doses recíprocas de atenção, mensagens carinhosas e abraços demorados, certo? Mas não esqueça que esse medicamento deve ser compartilhado, se não perderá o efeito.

Saí do consultório sem reação. Será que está tão assim na cara?