terça-feira, 17 de maio de 2011


"Conte seu jardim pelas flores, nunca pelas folhas que caem. Conte a sua noite pelas estrelas, não pelas sombras. E, com alegria, conte a sua idade pelos amigos não pelos anos."

É, minha vida não é nada do que um dia eu imaginei. Quando digo nada é nada mesmo. E isso é culpa sua. Sua mesmo. Você, essa menininha de 10 anos que nada tinha aprendido da vida e achava que podia adivinhar muita coisa. Quero lhe informar que você estava totalmente errada. Mas a ingenuidade fez isso com a gente não é? Em boa parte te entendo. Eu lembro que quando você dormia para acordar neste dia ficava cheia de expectativas, e isso era fofinho e engraçado. Ia dormir mais cedo, pensando em tantas coisas diferentes que poderiam acontecer, por mais que ano após ano nada muito diferente tivesse acontecido. E hoje tentei imitar você, mas nenhuma expectativa eu senti neste momento. Apenas escrevi mais um pouco, agradeci e dormi, simples assim. Eu disse simples? Não, não foi simples. Não pelo fato da data em si, mas porque muitos pensamentos diferentes passavam-se pela minha mente.

Todas as minhas idealizações infantis foram por água abaixo. A menininha de 10 anos imaginava que aos 21 uma pessoa já teria todos os quesitos da sua vida resolvidos. E com aquela mesma idade imaginava que adultos eram pessoas sérias e chatas, mesmo assim queria chegar logo nesse "mundo". Nunca imaginava em jornalismo como a opção mais clara para seguir a vida, e muito menos que ia se apaixonar pelas palavras. Ela queria mesmo era ser médica. Só que agora ela aprendeu que não ter a vida resolvida com essa idade não é problema, às vezes pode ser muito bom, porque ela viu que as melhores pessoas aparecem na sua vida quando você está pronta para percebe-las. E os adultos não serem pessoas extremamente sérias é uma das melhores maravilhas desse mundo, é como ela consegue se divertir quando as situações estão quase ficando insuportáveis. O jornalismo? Decidi contraria-lá. Me apaixonei por essa arte de unir e dar significados as coisas através das palavras. Sou encantada por esse mundo em que posso criar, cortar, recriar, ser e não ser, tudo em questões de segundos. E hoje tenho horror em ver sangue, machucado e outras coisas semelhantes.

As surpresas que com aquela idade não vinha hoje se modificou. Não esperaram nem passar a primeira hora daquele dia para falar o quanto ela é importante. E isso fez uma gotinha descer pelo rosto e ao mesmo tempo os cantos dos lábios ficaram agitados. No momento ela só soube agradecer, e muito. Começar o dia sorrindo e terminar ele sem poder conter toda essa felicidade, é algo extraordinário, mágico. Enquanto escrevia algo a mais aconteceu, que a deixou ainda mais feliz. E ela aprendeu que é muito bom sentir-se querida.

Aquela menininha ainda não sabia a importância dos amigos na sua vida, ela não tinha nem mesmo uma pequena noção. Hoje ela sabe o quanto são preciosos e insubstituíveis. O quanto é importante ter pessoas ao seu lado que não lembraram dela só durante essa data, mas que no dia-a-dia se mostram amigos. As vezes sem precisar falar muito, mas sabem-se que são. E se aquela menininha de 10 chegou aos 21 é porque eles estavam sempre por perto. Obrigado a vocês que me fazem ver a vida com outros olhos e acreditar num mundo melhor, só por estarem por perto. Mesmo que em alguns casos distantes geográficamente. Quem é sabe que é, porque eu já devo ter dito várias vezes isso. E o quanto for preciso falar, falarei. E com certeza o melhor amigo é o mais culpado disso tudo, aquele que nunca falta, o que está realmente a cada segundo ao seu lado. Obrigado Deus, por ter feito essa menininha passar por tanta coisa, que hoje ela pode refletir e ver o quanto aprendeu, tendo a chance de fazer melhor. Obrigado por ter me sustentado.

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