domingo, 28 de agosto de 2011


"Dentro do abraço dele é sempre primavera"

Eu não queria soltar aquele abraço. Não queria que aquele momento terminasse ali. Queria ter falado de tudo que realmente anda passando no pensamento e no coração. Queria falar do quanto os dias estão difíceis com todas essas borboletas rodopiando. E o quanto eu não consigo parar de pensar. Só querer não adianta, eu sei. Mas a gente só consegue olhar e dizer até mais. 

2 comentários:

  1. arquiteto


    (ag)ora
    o cenário do céu
    sem céu e que – as estrelas sabem –
    o crepúsculo urra no tédio

    eu – arquiteto de cárceres
    da memória do cinzazul
    desnudo

    do que fui além distante

    uma e outra
    palavra se es-
    vazia no grito dos olhos
    já fúnebres
    a urdir a poesia

    minha voz
    já amarga (n)os tentáculos
    do tempo e as pedras
    que me consomem

    este poeta
    de ecos desva
    irados
    (ex)pira e (ex)trai
    (d)as rochas duras
    (d)o seu caminho
    a polir as unhas

    ah ! há rugas no papel
    entretecido
    onde a poesia
    a sorver labirintos de granito
    explora todo sibilar
    do seu enigma

    a pedra se faz poema
    e verte poesia
    do próprio ventre
    bruta não
    quase-paraíso

    mas fragmentos
    sobre a língua
    vestida de fantasmas
    e viagens
    como um gueto âmbar
    sem saída

    eu – arquiteto de cárceres
    da memória do cinzazul
    desnudo

    do que fui além distante

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